Prova Objetiva

Já perceberam que a vida é como uma prova objetiva, ou como muitos dizem, prova de xizinho?
Uma sucessão de pequenas decisões a todo momento.

Sou péssima nisso, você se sai bem?

Estou sempre tentando decidir se vou ou se fico, se tento ou esqueço... Se permaneço me machucando ou tento algo novo. Isso tem muito a ver com fazer listas mentais de prós e contras, todos nós fazemos isso. Aí chegam os impulsivos, são pessoas que não têm essa paciência com as listas como eu tenho.
O pior de tudo é quando você acha que pode jogar no colo de outras pessoas as suas alternativas e deixar que elas as escolham, tipo gente que não consegue tomar uma decisão se não conversar com algum amigo antes e perguntar o que ele faria, já parou pra pensar que fazendo isso, não é você que está vivendo?
Enfim, eu sempre acabo falando, falando e falando e perco o foco do post, mas é isso aí, o que vai ser pra hoje? Vai escolher todas as alternativas "a", ou vai variar pra ver no que vai dar?

Bom dia

Ele vem de mansinho, me abraça forte, beija meu pescoço e me diz bom dia enquanto pega a xícara de café. Ele é do tipo que sorri com os olhos, do tipo que põe café na sua caneca sem você pedir. Ele assiste ao jornal e mexe no meu cabelo enquanto toma seus goles de café sentado no sofá ao meu lado. Ele é do tipo que ri com besteiras, do tipo que ilumina a casa com uma risada. Ele me pega de jeito e me beija intensamente, pra me deixar tonta. Ao sair de casa, ele fecha a porta, e 2 minutos depois volta só pra dizer que me ama e me dar um beijo na testa. Ele adora ficar em casa vendo filmes comigo, e comentando as bizarrices de cada personagem. Ele adora rir de mim quando começo a expor minhas teorias conspiratórias, ou quando eu mando e desmando como uma totalitária. Ele ama calar a minha boca com um beijo no meio de uma briga. Ele sempre arranja um jeito de me irritar, de propósito. Ele pensa no meu cheiro antes de dormir. Ele ama quando sentamos um perto do outro e começo a fazer caretas, e surge aquela expressão, ah... aquela cara que me dá vontade de mordê-lo.

É fácil amar um personagem.

Paradoxo Ambulante

Eu sou uma criatura engraçada, a todo momento afirmo aos quatro ventos que eu detesto o mundo todo, que fico perfeitamente bem sozinha, sem ter que aguentar a conversinha de ninguém, mas ao mesmo tempo, quando me sinto desprezada pelas mesmas pessoas de que venho reclamando, meu mundo cai.

Sou um paradoxo ambulante, não faço sentido. Meu coração e minha cabeça podiam trabalhar juntos, mas insistem em correr em direções opostas, malandrinhos.

Círculo Vicioso

Na maioria das vezes me pego imaginando como deve ser ter auto-confiaça, amor próprio, auto-estima elevada, e todas essas balelas que nos completam como seres humanos.

A verdade é, eu não tenho nenhuma fé em mim, neca de pitibiriba. Sério mesmo. Eu sou extremamente dependente das pessoas, e a maior culpada é essa falta de confiança em mim mesma, eu deixo as pessoas me usarem por conveniência, elas estão vivendo a minha vida por mim, não soa divertido?

Esse maldito círculo vicioso. Eu não sei nem onde eu estou, alguém me largou aqui, nesse lugar escuro.

Auto-Sabotagem

E talvez, ser feliz valha a pena o esforço. Talvez as coisas não sejam tão difíceis como imaginamos, ou até queremos, talvez a vida seja simples, como uma chuva de verão, passageira e intensa.

Tenho a estranha mania de me auto-sabotar em praticamente tudo o que faço na vida, desde relacionamentos a oportunidades de qualquer natureza. Já li em uma matéria que existem pessoas que insistem em ser infelizes, involuntariamente, não me recordo o nome da “síndrome”, mas basicamente consiste na repetição de ações, como por exemplo, se apaixonar por “pessoas-problemas”, ou se colocar em situações de risco mesmo sabendo que será prejudicial, enfim... Todos nós de alguma maneira tentamos nos sabotar, talvez seja a história do anjinho e do diabinho, que de tanto brigarem em nossas cabeças, acabam nos deixando a esmo, sem rumo.

Queda Livre

Encontro-me constantemente em queda livre, rumo ao desconhecido, rumo ao infinito. Nenhum de nós sabe ao certo onde fica essa zona de aterrissagem, nem o que podemos encontrar lá, ou quem podemos encontrar... E é essa incerteza que me impede de pular com mais frequência, é essa incerteza que me impede de abrir o pára-quedas e curtir a vista. E eu tento, como tento, tento sair do lugar, abrir a porta do avião, um passo de cada vez, tento por a cabeça pra fora da porta e sentir o vento nos meus cabelos, como tento. É como se uma mão me segurasse o tempo todo e uma voz dissesse, "Não vá, fique", e eu obedeço. Obedeço porque a voz é tão suave e soa como de alguém que eu conhecesse e confiasse. Ah, essa voz...

Estranhamente encontro-me parada, no chão, no seguro, a vida não deveria ser assim, eu deveria estar lá em cima, voando, vivendo e coletando histórias pra que eu possa contar depois, nem que seja a mim mesma.

Esse vôo é cansativo, talvez eu devesse descansar, pela última vez.

(ao Cauê, pela conversa)